Hoje fomos convidados a ver o mundo da mesma forma que quem não vê.
O BFW possui um espaço, a que chama "Mundo Sensorial", preparado especialmente para promover a informação e a sensibilização relativamente à deficiência visual. O espaço da experiência consiste num percurso que realizámos, sem bengala, em completa escuridão. No fim, o visitante tem a oportunidade de visitar o espaço iluminado normalmente e assim comparar a realidade com a sua perceção.
À entrada, fomos recebidos pela equipa responsável pelo espaço e por uma das alunas do BFW que já tínhamos conhecido no dia anterior. Na área de entrada há um pano preto, que é suposto impedir que os visitantes mais avisados consigam vislumbrar informações sobre o percurso mesmo antes de entrar na sala. O caminho às escuras é realizado através de diferentes cenas, que representam situações quotidianas no espaço público, próximas à realidade, que requerem que se utilizem todos os sentidos residuais para achar o caminho.
A existência deste tipo de espaços é bastante importante para possibilitar, de forma consistente, que qualquer pessoa interessadas neste tipo de simulação a possa realizar, promovendo a sensibilização e a informação de profissionais, colegas, familiares, amigos, etc.
Este espaço pode também ser utilizado como espaço de formação para quem está a começar o seu processo de reabilitação em orientação e mobilidade. Por isso, as paredes e os elementos do chão são instalados de forma flexível para evitar efeitos de habituação durante o treino de orientação. Para simular várias doenças oculares, a sala pode ser iluminada e o participante utilizar óculos de simulação.
Fomos ainda convidados a realizar outras atividades de sensibilização para as problemáticas da deficiência visual, como exploração de material tiflotécnico.
Para terminar, uma experiência muito interessante: foi-nos solicitado que pintássemos um desenho de uma pessoa, conforme determinadas instruções relativamente às cores a utilizar. Mas a luz que iluminava a sala transformou-nos todos em pessoas daltónicas, incapazes de diferenciar as cores que tínhamos à nossa disposição. Os resultados foram bastante interessantes...